TRAIÇÃO!
Traição é um assunto muito delicado e a maioria tem idéias preconcebidas
a esse respeito. Fato é que falamos muito em traição no nosso dia a dia. Porém
devemos refletir um pouco sobre a palavra traição e no seu contexto!
Mas
o que significa trair?
Traímos
alguém quando fazemos algo atrás das costas de alguém com a intenção de
prejudicar essa pessoa!
Mas e nos relacionamentos? Será que é de fato essa a intenção, fazer
algo para prejudicar ?
Sim, existem pessoas que traem e trapaceiam apenas para fazer o outro
sofrer! Mas será que isso de fato é comum? Talvez isso aconteça em 5% dos
casos... Porque na maioria das vezes a traição não tem nada a ver com o
parceiro que será enganado – o que é na verdade difícil de digerir! Então vamos
refletir um pouco sobre isso!
Quando reclamo que meu namorado me traiu! Estou dizendo que algo
aconteceu comigo, o foco da ação está em mim! Estamos falando algo sobre mim! Que
o que ele e sua amante estão fazendo é para me machucar....
Isso me coloca tanto no papel da vítima, sou o personagem principal dos
acontecimentos. Entretanto, na maioria das vezes, não é isso que ocorre. É bem provável
que eles estejam apenas se divertindo, e sequer estão pensando em mim. Eu não
sou a estrela.
Esta é a primeira verdade desconfortante e doída: O que está acontecendo
entre meu parceiro e sua amante só tem a ver com os dois. Não é sobre mim.
Meu parceiro e sua amante gostam um do outro. Eles querem se relacionar intimamente.
Eles o fariam mesmo se eu não existisse. E eles querem fazer isso mesmo que eu
exista.
Ai, isso dói. Meu ego não gosta disso nem um pouco.
Agora, ainda há uma brecha estreita através da qual meu orgulho ferido
pode escapar: posso alegar que meu namorado deveria ter me contado primeiro.
Que ele não está sendo honesto comigo. Que ao me trair, ele quebrou um acordo
de exclusividade sexual. Que tínhamos concordado em ser monogâmico.
Então o conflito todo é sobre a quebra de um acordo de exclusividade
sexual entre vocês. Entretanto, na maioria das vezes, não prestamos muita
atenção a esse acordo, não nos dedicamos a ele e o nosso papel nele. Só falamos
sobre as pessoas envolvidas.
Mas e se o problema fosse com o próprio acordo? E se o acordo, e não o
nosso parceiro precisava de uma revisão?
A grande maioria dos acordos de exclusividade sexual enquadra-se numa
destas duas categorias (ou ambas):
Acordo implícito. Isso significa
que os dois parceiros nunca falaram sobre o acordo. (Talvez eles apenas ficaram
junto uma vez, e esperam exclusividade sexual a partir disso.)
Acordo eterno e
inflexível. Os dois parceiros concordaram explicitamente com a exclusividade
sexual, portanto fizeram um voto eterno. (Como acontece na maioria dos casamentos,
por exemplo.)
Vamos recapitular: a promessa de exclusividade sexual é implícita, não
dita, ou eterna, ou ambos.
Mas cada vez que seres humanos estabelecem pactos implícitos ou
inflexíveis, estamos nos preparando para decepção e/ou drama.
Por quê?
Primeiro! Os acordos quando não são expressos estão sujeitos à
interpretação, e ninguém se sente realmente obrigado a respeitá-los; e os
acordos eternos podem parar de refletir as necessidades e desejos das pessoas
envolvidas, porque as pessoas mudam.
Em algumas culturas, a esposa é obrigada a estar sexualmente disponível
para o marido, o tempo todo. Esse é um acordo terrivelmente inflexível, e
felizmente, está desaparecendo lentamente de nossas vidas. Quando fazemos um
pacto de exclusividade no fundo temos o seguinte acordo só teremos relações
íntimas entre nós dois para o resto de nossas vidas. Então estou depositando
toda a minha intimidade e desejo as condições dessa parceria! Será que não no
fundo o que vivemos é o que gostaríamos de exigir? Então eu exijo que sejas meu
para o resto da tua vida!
Em um acordo é exigido que alguém faça amor conosco, mesmo que não
queira. No outro caso, exigimos que alguém não faça amor com os outros, mesmo
que eles queiram. De qualquer maneira, estamos tentando impor o comportamento sexual
aos outros.
É por isso que a maioria dos acordos é uma "fraude" porque os parceiros
secretamente sentem que não estão fazendo nada de errado.
Então, enquanto um parceiro se sente traído e magoado, o outro parceiro
sente-se culpado e secretamente autorizado a fazer o que ele ou ela está
fazendo. Uma situação dolorosa que pode dar origem a inúmeros argumentos. Fato
é que ninguém realmente ganha nessa situação.
Assim…
Eis a segunda verdade desagradável:
Traição é um sinal de que um acordo precisa ser renegociado.
Claro, que a coisa certa a se fazer seria renegociar o acordo de
exclusividade antes mesmo de considerar quebrá-lo. Mas na maioria das relações,
não há um espaço seguro para falar sobre as necessidades sexuais e emocionais
dos amantes. Renegociar acordos pode ter se tornado algo obsoleto.
Se esse espaço foi fornecido e existe, e se ambos os parceiros soubessem
que tem segurança para falar sobre qualquer acordo com amor e compreensão, um
monte de dor desnecessária seria evitado.
O problema é que é assustador oferecer aos nossos parceiros a
possibilidade de mudar as regras do jogo quando ele ou ela precisa. Isso desafia
nosso senso de segurança.
Então, aqui está um conselho prático: em um relacionamento, sempre forneça
um espaço seguro para o outro parceiro renegociar as regras do jogo. A relação
só se beneficiará disso. Traição não acontece quando todos os envolvidos se
sentem seguros para falar sobre suas necessidades, seus sentimentos.
Ninguém pode negar que traição causa dor a todos os envolvidos (incluindo
o "traidor" ). Entretanto, grande parte dessa dor vem da nossa
incapacidade de estabelecer acordos claros e flexíveis com nossos parceiros.
Resumindo reconsidere o foco no uso da palavra "traição". Em
vez disso, pense em um acordo que precisa de alguma atenção. Isso pode mudar
completamente sua percepção e abrir as portas para uma vida amorosa mais
harmoniosa.
Adaptação do texto de Raffaello Manacorda
OAB/RS 60.281
Martína Mädche, sou fundadora do blog, sendo que este projeto busca inspirar e transformar as vidas de pessoas. Tenho familiaridade com as conversas internas que temos. Conheço pessoalmente o diálogo interno negativo que e se manifesta a vergonha em tudo: relacionamentos, comunicação, parentalidade, o caminhar da vida. Através de minhas experiências familiares e profissionais, procuro ajudar homens e mulheres a percorrerem o processo de libertar-se de suas lutas internas. Nesse blog encontrarão orientações, diversas práticas e treinamentos que visam dar apoio em momentos de conflito e crise familiares.
Caso precise entrar em contato: Martína Mädche
Advogada e Profissional de Ajuda.
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