Sobre a Dor de estar sozinho no Natal
Estou sozinho.
Se alguém entrasse agora na minha casa, você encontraria
um cachorro dormindo pacificamente, um menino e uma menina dormindo em sua
cama. Decorações de Natal por toda a casa. Uma casa limpa e arrumada... e uma
mulher sentada no chão em um canto triste e sozinha.
O Natal costumava ser meu feriado favorito quando eu
fazia parte de uma família. Agora sou mãe solteira. Este é meu quarto Natal
sozinha!
Quando reflito sobre meu casamento, percebo que me senti
sozinha mesmo quando estava acompanhada, mas eu ainda tinha o conforto de ter
uma família, mesmo sendo de aparência. Quebrado ou não, ele proporcionava
segurança e de certa forma me satisfazia, pois meus filhos tinham um pai e uma
mãe em baixo do mesmo teto (O mesmo quadro Ideal foi fornecido para mim)
Há seis anos, na véspera de Natal fui viajar para passar
as festas com minha família no interior. Achei que seria a melhor opção para
meus filhos passarem o Natal longe de casa, já que a separação era recente.
Assim, estariam cercados por um monte de parentes. Estava em uma casa cheia,
mas eu me sentia extremamente sozinha-tanto que queimava o meu âmago. Estava
ciente disso. Sabia por que estava lá. Sei que todos os sentimentos que me
cercavam fazem parte da minha criação. Busquei resistir, mas estavam ali
conscientes. Não queria me sentir como uma vítima, afinal adoro o natal tanto
que eu queria momentos especiais na minha vida. Sempre busquei refletir sobre
essa condição de ser vítima, pois em vários momentos sofri abandono e perdas.
Sei que muitos dos nossos relacionamentos não são feitos para durar. No
entanto, nesta solidão eu sinto a dor de querer ser realizada, abraçada por
esses relacionamentos novamente. Não que eu queira voltar, mas o suficiente para
lembrar. O suficiente para me fazer implorar por alguém, para não ter que me lembrar do meu sentimento de solidão. Quanto mais penso no dia de Natal, mais
intensos são meus sentimentos. E quando chega o momento de ter que entregar as
crianças para o pai... fica aquele silêncio no ar até o resto do dia ou até onde
sei estarei sozinha...
E assim buscando lidar com meus próprios sentimentos, eu
peço ao universo. Como posso servir? Como posso ser útil? Então escrevo um texto falando abertamente sobre como
tantas pessoas se sentem dessa maneira, quão importante é se dar permissão para
sentir o que estamos sentindo e aceitar o lugar em que estamos. Então espero
ter tocado alguém! Talvez, no fundo, até espero que alguém comente ou que
alguém diga você não está sozinha nessa, não és a única que sente assim.
Quando ninguém responde a nossa vulnerabilidade é muito
fácil criar histórias em nossas mentes. Então nos questionamos... O que há de
errado comigo? Porque não sou suficiente? Porque estou sozinha?
A verdade é que, às vezes é assustador ser tão
vulnerável, porque uma parte de nós já está nos julgando por nos sentirmos assim.
Está tudo bem se nos sentirmos sozinhos? É bom querer o
que nos costumava trazer conforto como uma família pequena, amigos, nossa mãe e
pai? É claro que está tudo bem!
Dê a sim mesmo a permissão para sentir tudo o que está
sentindo.
É isso que estou fazendo. Eu não tenho outra escolha. Eu
posso escolher. Ficar me sentindo mal por me sentir mal, mas isso só vai criar
um abismo maior. Então me lembro que devo praticar o que prego para meus
clientes.
Dê a si mesmo a permissão para ser humana!
Dê a sim mesmo a permissão
para sentir. Expresse ou anote. Chore. Grite Repita se necessário. Aceite a
solidão. Sinta para que então ela possa conhecer o amor, e então aos poucos o
sentimento de mansidão e compaixão tomará conta do nosso ser. Você não está
sozinho em sua solidão. Todos nós já estivemos lá. Tenho certeza que se você
perguntar a alguém eles dirão que você não está sozinho. Para todas as pessoas
solitárias neste Natal. Você não está sozinho! Você tem um grupo! Eu te amo!
Com amor
Martína Mädche, advogada
OAB/RS 60.281
Martína Mädche, sou fundadora do blog, sendo que este projeto busca inspirar e transformar as vidas de pessoas. Tenho familiaridade com as conversas internas que temos. Conheço pessoalmente o diálogo interno negativo que e se manifesta a vergonha em tudo: relacionamentos, comunicação, parentalidade, o caminhar da vida. Através de minhas experiências familiares e profissionais, procuro ajudar homens e mulheres a percorrerem o processo de libertar-se de suas lutas internas. Nesse blog encontrarão orientações, diversas práticas e treinamentos que visam dar apoio em momentos de conflito e crise familiares.
Caso precise entrar em contato: Martína Mädche
Advogada e Profissional de Ajuda.
Contato: martina.madche@gmail.com
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