Alienação Parental: Quando o "melhor interesse da crianças" falha!
Hoje
temos uma excepcional taxa de divórcios, uma taxa que se aproxima de 57% de
todos os casamentos, pesquisadores e profissionais que apóiam crianças estão ficando preocupados com os efeitos do
divórcio sobre as crianças. Vários estudos foram realizados para avaliar as conseqüências
do divórcio sobre as crianças.
Uma
estatística alarmante decorrente da pesquisa sugere que, por causa do divórcio,
dois terços dos seus filhos estão sujeitos a todos os tipos de acidentes,
incluindo abuso de drogas e álcool, problemas na escola, distúrbios
psiquiátricos e comportamentais, atividades criminosas, relacionamentos problemáticos
e / ou adultos com dificuldades de relações interpessoais.
Um dado
relevante é achar que crianças geradas fora do casamento têm risco ainda maior,
mas isto é falso, os pesquisadores afirmaram o contrário. Estes pesquisadores
afirmaram que as conseqüências prejudiciais para as crianças não surgem do
divórcio em si, mas sim de como os pais lidam com o divórcio.
Ou
seja, se os pais conseguem proteger seus filhos do conflito conjugal e das hostilidades
e, simultaneamente, buscam manter um relacionamento respeitoso após a
separação. Então seus filhos podem vir a ter um desenvolvimento tão favorável
quanto às crianças que permanecem com os dois pais casados e felizes. Na verdade, a pesquisa confirma, ainda, que as crianças cujos
pais permanecem juntos, mas em um ambiente familiar hostil estas sofrem das
mesmas conseqüências que um divórcio litigioso e hostil.
As
pesquisas evidenciam e confirmam que os efeitos negativos sobre as crianças
decorrem de um relacionamento ruim entre seus pais não importa se isto ocorre
dentro ou fora do casamento. A relação entre pais e filhos passa a ter efeitos
negativos emocionais, quando há uma relação triangular, com o fracasso dos pais
e a alienação parental, e quando ocorre uma minimização ou ausência de um dos
pais, ou seja, quando um dos pais deixa de atuar como pai passando a ter um sub-envolvimento.
Em
seu estudo pioneiro, Wallerstein e Kelly
(1980) validou esta distinção importante quando afirmou:
"A
principal conclusão a respeito dos efeitos do divórcio é que as relações com a
família pós-divórcio é provável que governam os resultados de longo prazo para
crianças e adolescentes.Simplificando, o perigo central que o divórcio
representa para a saúde psicológica e desenvolvimento de crianças e
adolescentes está na parentalidade diminuída ou interrompida, que tantas vezes
segue na esteira da ruptura e que pode tornar-se consolidou no seio da família
pós-divórcio.
Assim,
quando o divórcio é realizado cuidadosamente, onde eles [os pais] fizeram
acordos para manter um bom relacionamento entre pais e filhos com ambos os
pais, em seguida, as crianças não são propensas a sofrer interferência no
desenvolvimento ou sofrimento psicológico duradouro.
Em
contra partida, se o divórcio é realizado principalmente como uma decisão
unilateral, onde haja uma postura em que um dos pais humilha, irrita ou
entristece o outro e estes sentimentos continuam a dominar o relacionamento após-divórcio
dos parceiros as crianças são pouco apoiadas e mal informadas sendo levados a
ter que optarem entre os pais para atuarem em batalhas contínuas e vistas como
extensões dos adultos, então, o resultado mais provável para as crianças é a
interferência de desenvolvimento e depressão ".
Embora os
autores concluíssem que o prognóstico favorável para as crianças do divórcio
depende de uma relação de parentesco civilizada, eles ainda determinaram que,
tragicamente, apenas 5% dos casais em seu estudo foram capazes de conseguir
isso.
Os
psiquiatras que fundaram o movimento de terapia familiar documentaram esse
padrão disfuncional na interação familiar no início dos anos 50 ao observar
seus pacientes psiquiátricos na enfermaria do hospital durante as visitas com
suas famílias.
Por
exemplo, o psiquiatra Murray Bowen (1978), classificou como um "triângulo
patológico." Na verdade, ele estava tão convencido de que essa triangulação
criada é que causava os sintomas das crianças, a ponto que quando havia a
internação hospitalar de uma criança era necessário hospitalizar a família
inteira! Wallerstein e Kelly descreveram este padrão de interação familiar como
"o alinhamento hostil da criança e um dos pais contra o outro
progenitor" (p. 99).
Hoje temos
estudos que 80% das crianças submetidas a um divórcio tornam enredados em algum
grau na hostilidade entre seus pais. Hoje se pode dizer que a sociedade, falha
como um todo na proteção das crianças “divorciadas”. Nem mesmo a lei da guarda
compartilhada, que deveria ajudar na melhora da relação entre os pais
divorciados, conseguiu proteger as crianças desta triangulação. A intenção
desta foi fazer com que o “pai” estivesse presente de uma forma mais ativa,
entretanto, hoje podemos concluir que os problemas emocionais gerados não são
abrangidos por esta lei.
Eu sustento que nosso
modelo legal de resolução de questões da guarda infantil que geram a escolha de
um dos pais em detrimento do outro não serve ao melhor interesse da criança, na
grande maioria dos casos, exceto nos casos em que um pai gera risco para a
criança.
Hoje eu afirmo,
com base em estudos clínicos e jurídicos com crianças e famílias, que o padrão
de "o melhor interesse da criança" é profundamente falho porque ele
não reconhece e requerem cada um dos pais a ser igualmente importante para a
criança.
É,
ao contrário, um produto do sistema acusatório, pois ele se baseia na crença de
que uma seleção deve ser feita entre os dois pais a respeito de quem seria o
pai residencial melhor, sendo o responsável primário e tomador de decisões para
a criança, enquanto o outro progenitor é concedido o direito de visitação
limitado.
Este
processo de seleção é prejudicial e transmite aos pais que eles têm a opção de rejeitar
a parentalidade, além disto a crianças fica no aguarda de uma decisão de que
será melhor para ela. Gerando um estado de insegurança e de ansiedade até uma
decisão futura.
É
necessário um estudo urgente destas questões, pois enquanto isto as crianças
ficam vivenciando inúmeras agressões entre os adultos.
Boa
sorte a todos!
OAB/RS 60.281
Martína Mädche, sou fundadora do blog, sendo que este projeto busca inspirar e transformar as vidas de pessoas. Tenho familiaridade com as conversas internas que temos. Conheço pessoalmente o diálogo interno negativo que e se manifesta a vergonha em tudo: relacionamentos, comunicação, parentalidade, o caminhar da vida. Através de minhas experiências familiares e profissionais, procuro ajudar homens e mulheres a percorrerem o processo de libertar-se de suas lutas internas. Nesse blog encontrarão orientações, diversas práticas e treinamentos que visam dar apoio em momentos de conflito e crise familiares.
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