domingo, 13 de dezembro de 2020

5 erros comuns na hora do divórcio que dificultam na mediação!

Cada divórcio possui características únicas que tornam a experiência diferente para cada pessoa. Dito isso, descobrimos que há um punhado de erros que são comuns em um divórcio. Se você está pensando em se divorciar ou está no meio das negociações, isso pode servir como uma boa lista de avaliação para ajudá-los a evitar os erros mais comuns.




1.   Insistir no status quo

Um dos principais objetivos do divórcio é determinar uma “divisão equitativa” dos bens conjugais, exigindo uma compreensão de sua situação atual e a avaliação de todos os seus bens. O regime geral do casamento no Brasil é do da comunhão parcial, então tudo que é constituído durante o casamento na hora da separação é divido ao meio. No mesmo sentido veio a ideia de Guarda Compartilhada onde ambos os pais devem ter as mesmas responsabilidades. Minha observação aqui é no sentido de nesse momento focar no presente, isso pode resultar na necessidade de inclusive avaliar possíveis eventos futuros em potencial. Eventos infelizes podem ocorrer a qualquer momento após o divórcio e podem incluir coisas como perda de emprego, invalidez, mudanças na saúde de seus filhos ou depreciação substancial de um ativo.

Já vi complicações surgirem no pagamento da escola/faculdade quando um acordo de divisão de bens ou fixação de alimentos depende muito da continuação do status quo. Por exemplo, se os custos da faculdade forem divididos com base no salário, o que acontecerá se você ou seu cônjuge ficarem desempregados? Imprevistos podem colocá-los imediatamente em risco de uma grande despesa que não haviam planejado.

Ao negociar seu acordo, lembre-se de considerar o que pode mudar no futuro. Confirme se o seu advogado está considerando essas mudanças potenciais e sugerindo maneiras de protegê-lo dos riscos apresentados por circunstâncias inesperadas. Muitas vezes, compartilhar o risco ou adicionar alguma cláusula adicional no acordo, descrevendo como situações como essas devem ser tratadas, pode reduzir a chance de você voltar ao tribunal ou ter que trabalhar com advogados para revisar o acordo.

Outra situação muito comum ocorre quando um dos pais do nada decide mudar para outra cidade e o acordo de visitas que ora foi negociado naquele momento perde todo o sentido! É possível colocar uma cláusula no acordo que aquele que decide mudar de cidade abre mão de levar o filho, afinal a vida da criança estava até então sendo construída naquele local!

2. Expectativas de estilo de vida irrealistas

As decisões sobre quem deve ficar com a casa, ou se ela deve ser vendida, têm implicações muito reais, emocionais, práticas e muitas vezes financeiras significativas para ambas as partes. A moradia é apenas uma das muitas decisões de estilo de vida enfrentadas quando ocorre a separação e o divórcio. Infelizmente, muitos divorciados esperam viver o estilo de vida semelhante ao anterior ao divórcio. Ao fazer isso, eles podem estar ignorando as implicações financeiras ou compensações necessárias para arcar com as despesas do seu estilo de vida.

Outro desafio comum são os pais que desejam manter o mesmo estilo de vida para seus filhos. Compreensivelmente, você pode querer proporcionar a seus filhos as férias anuais na praia, ou uma festa de aniversário bacana. Quando os pais competem por meio de gastos, em vez de trabalharem a Coparentalidade, um ou ambos podem acabar estourando seu orçamento de gastos. Infelizmente, esse ciclo de gastos com culpa pode durar a vida toda.

Quando você se sentir tentado a gastar para acompanhar sua vida anterior ao divórcio ou para superar seu ex-cônjuge, pare e pergunte a si mesmo três perguntas simples:

  • Como essa escolha atende às necessidades da minha família agora e nos próximos cinco anos?
  • Se eu fizer essa escolha renunciarei a minhas outras metas financeiras?
  • Como esse comportamento pode afetar a opinião de meus filhos?

 

3. Desligando-se dos detalhes

Lidar com os detalhes de um divórcio pode ser exaustivo, especialmente se for uma situação complicada. Processos judiciais demorados podem exigir que você exponha detalhes de sua vida. Ao mesmo tempo, você precisa reunir uma grande quantidade de dados para apoiar as negociações, e a necessidade de reunir e fornecer dados muitas vezes não termina quando o divórcio é finalizado.

Por exemplo, essa situação é comum se você está dividindo os custos de seus filhos, como consultas médicas e atividades extracurriculares. Mesmo quando um dos pais é 100 por cento responsável por todos os custos, pode ser que o outro pai que comparece à consulta médica ou transporte os filhos para suas atividades. Se as interações entre ex-cônjuges são desconfortáveis, às vezes um dos pais decide simplesmente cobrir os custos por conta própria, a fim de evitar confrontos desagradáveis. Se isso continuar ao longo de muitos anos, o gasto financeiro para custos que deveriam ter sido compartilhados pode ser significativo. Há a necessidade de um equilíbrio de ambos. Se coloque no lugar do outro tanto aquele que assume os gastos pode estar sobrecarregado assim como também o outro que está renunciando a seu tempo para atender sozinho as necessidades do filho. Buscar ter um olhar empático e diálogo é fundamental.

Minha orientação é fazer um planejamento e manter um “Planner” após o divórcio, para tanto indico o google planner uma ferramente gratuita que todos podem ter acesso. É uma forma ajudar a rastrear gasto com a pensão alimentícia ou outros pagamentos, registrar os dias e datas que os filhos ficam conosco, divisão de férias e deslocamentos para atendimentos e atividades. Caso precise apresentar uma rotina para o juiz os registros estão ao seu alcance:

  • Configure todos os pagamentos de suporte aos filhos em um plano de pagamento automático.
  • Aceite apenas pagamentos de apoio em uma forma documentada e rastreada (ou seja, não em dinheiro ou serviços).
  • Notifique seu empregador se você deve qualquer pagamento de auxílio relacionado à dedução da folha de pagamento.
  • Estabeleça um sistema de manutenção de registros para rastrear todos os custos compartilhados.
  • Documente quaisquer problemas que surjam com relação a pagamentos, como atrasos, pagamentos a menor.
  • Documente os dias que cada um passa com quem, se houve atrasos nas buscas ou nos retornos.
  • Quem iniciam as férias, quantos dias ficaram etc 

4. Casamentos imprudentes

Muitos novos divorciados ficam surpresos ao saber que a taxa de divórcio nos segundos casamentos é maior do que nos primeiros! Com situações financeiras e de vida mais complicadas, não é de admirar que os casais que se casam pela segunda vez possam ter problemas. Infelizmente, essa dinâmica pode ocorrer mais tarde na vida, quando os parceiros estão ainda mais perto da aposentadoria e têm menos tempo para se recuperar dos impactos financeiros negativos do divórcio.

Pode ser uma surpresa que acordos pré-nupciais não sejam apenas para pessoas ricas, mas podem ser benéficos para você e seu futuro cônjuge. Esses documentos ajudam os casais a considerarem o que pode ou deve acontecer se o casamento acabar. Os acordos pré-nupciais certamente tratam da divisão de ativos, mas também podem articular regras sobre quanto tempo uma das partes poderia permanecer na casa conjugal se fosse solicitada a sair, ou como as despesas com cuidados de longo prazo seriam cobertas. Com as taxas de divórcio no segundo casamento chegando a 60%, sugerimos que qualquer pessoa que esteja pensando em se casar novamente consulte um advogado para discutir possíveis acordos pré-nupciais.

5. Falta de educação financeira

Uma das razões pelas quais esses erros comuns ocorrem durante o divórcio é que muitas mulheres e homens não têm até mesmo uma educação emocional e financeira. A alfabetização emocional básica é normalmente aprendida por meio da experiência (geralmente erros), e não em um ambiente educacional, como o ensino médio ou a faculdade. Se você tentar obter educação emocional e financeira por meio do grande número de recursos da Internet, o grande volume de dados pode resultar em confusão sobre exatamente por onde começar.

Outro desafio é que alguns a maioria dos conselhos assumem papéis tradicionais de gênero. Muitas estratégias de aposentadoria por exemplo pressupõem que o casal é casado e envelhece junto, o que pode tornar o conselho impróprio para uma divorciada que envelhece sozinha. Os conselhos também podem ignorar os desafios muito reais que as mulheres chefes de família enfrentam, particularmente aqueles colocados pela diferença salarial.

Nossa sugestão para neutralizar essas barreiras à educação emocional e financeira é começar com uma tarefa importante - criar sua rede de atendimento emocional, aprender sobre auto cuidado e aprender sobre balanço patrimonial pessoal. Essa tarefa pode ser simples e os Profissionais do Idivorcie estão aqui para te ajudar.

Aqueles que durante a sua relação tomarem medidas preventivas enquanto ainda estão “felizes” no casamento terão uma grande vantagem se algum dia se envolverem em negociações de divórcio. Embora advogados, contadores e consultores sejam úteis para lidar com os aspectos técnicos de seu divórcio, não há realmente nenhum substituto para fazer provas do que está ocorrendo.

Ter um conhecimento sólido de sua situação emocional e financeira atual e uma perspectiva e metas razoáveis ​​para o futuro é a melhor maneira de evitar erros agora e estar preparado caso suas circunstâncias mudem.

 por Martína Mädche, sou escritora do blog, sendo que este projeto busca inspirar e transformar as vidas de pessoas. Tenho familiaridade com as conversas internas que temos. Conheço pessoalmente o diálogo interno negativo que e se manifesta a vergonha em tudo: relacionamentos, comunicação, parentalidade, o caminhar da vida. Através de minhas experiências familiares e profissionais, procuro ajudar homens e mulheres a percorrerem o processo de libertar-se de suas lutas internas. Nesse blog encontrarão orientações, diversas práticas e treinamentos que visam dar apoio  em momentos de conflito e crise familiares. 


Caso precise entrar em contato: Martína Mädche
Advogada e Profissional de Ajuda.
Contato: martina.madche@gmail.com
Grupo de Apoio do face: Separei e Agora?
Comunidade: Martina.Mädche
Comunidade: Divórcio para Eles
Comunidade: Divórcio para Elas