sábado, 24 de dezembro de 2016

Sobre estar sozinho no Natal! por uma Mãe Solo

Sobre a Dor de estar sozinho no Natal

Estou sozinho.

Martina Madche

Se alguém entrasse agora na minha casa, você encontraria um cachorro dormindo pacificamente, um menino e uma menina dormindo em sua cama. Decorações de Natal por toda a casa. Uma casa limpa e arrumada... e uma mulher sentada no chão em um canto triste e sozinha.

O Natal costumava ser meu feriado favorito quando eu fazia parte de uma família. Agora sou mãe solteira. Este é meu quarto Natal sozinha!

Quando reflito sobre meu casamento, percebo que me senti sozinha mesmo quando estava acompanhada, mas eu ainda tinha o conforto de ter uma família, mesmo sendo de aparência. Quebrado ou não, ele proporcionava segurança e de certa forma me satisfazia, pois meus filhos tinham um pai e uma mãe em baixo do mesmo teto (O mesmo quadro Ideal foi fornecido para mim)

Há seis anos, na véspera de Natal fui viajar para passar as festas com minha família no interior. Achei que seria a melhor opção para meus filhos passarem o Natal longe de casa, já que a separação era recente. Assim, estariam cercados por um monte de parentes. Estava em uma casa cheia, mas eu me sentia extremamente sozinha-tanto que queimava o meu âmago. Estava ciente disso. Sabia por que estava lá. Sei que todos os sentimentos que me cercavam fazem parte da minha criação. Busquei resistir, mas estavam ali conscientes. Não queria me sentir como uma vítima, afinal adoro o natal tanto que eu queria momentos especiais na minha vida. Sempre busquei refletir sobre essa condição de ser vítima, pois em vários momentos sofri abandono e perdas. Sei que muitos dos nossos relacionamentos não são feitos para durar. No entanto, nesta solidão eu sinto a dor de querer ser realizada, abraçada por esses relacionamentos novamente. Não que eu queira voltar, mas o suficiente para lembrar. O suficiente para me fazer implorar por alguém, para não ter que me lembrar do meu sentimento de solidão. Quanto mais penso no dia de Natal, mais intensos são meus sentimentos. E quando chega o momento de ter que entregar as crianças para o pai... fica aquele silêncio no ar até o resto do dia ou até onde sei estarei sozinha...

E assim buscando lidar com meus próprios sentimentos, eu peço ao universo. Como posso servir? Como posso ser útil? Então escrevo um texto falando abertamente sobre como tantas pessoas se sentem dessa maneira, quão importante é se dar permissão para sentir o que estamos sentindo e aceitar o lugar em que estamos. Então espero ter tocado alguém! Talvez, no fundo, até espero que alguém comente ou que alguém diga você não está sozinha nessa, não és a única que sente assim.
Quando ninguém responde a nossa vulnerabilidade é muito fácil criar histórias em nossas mentes. Então nos questionamos... O que há de errado comigo? Porque não sou suficiente? Porque estou sozinha?
A verdade é que, às vezes é assustador ser tão vulnerável, porque uma parte de nós já está nos julgando por nos sentirmos assim.
  
Está tudo bem se nos sentirmos sozinhos? É bom querer o que nos costumava trazer conforto como uma família pequena, amigos, nossa mãe e pai? É claro que está tudo bem!

Dê a sim mesmo a permissão para sentir tudo o que está sentindo.


É isso que estou fazendo. Eu não tenho outra escolha. Eu posso escolher. Ficar me sentindo mal por me sentir mal, mas isso só vai criar um abismo maior. Então me lembro que devo praticar o que prego para meus clientes. 

Dê a si mesmo a permissão para ser humana! 


Dê a sim mesmo a permissão para sentir. Expresse ou anote. Chore. Grite Repita se necessário. Aceite a solidão. Sinta para que então ela possa conhecer o amor, e então aos poucos o sentimento de mansidão e compaixão tomará conta do nosso ser. Você não está sozinho em sua solidão. Todos nós já estivemos lá. Tenho certeza que se você perguntar a alguém eles dirão que você não está sozinho. Para todas as pessoas solitárias neste Natal. Você não está sozinho! Você tem um grupo! Eu te amo! 
Com amor 

Martína Mädche, advogada
OAB/RS 60.281
Martína Mädche, sou fundadora do blog, sendo que este projeto busca inspirar e transformar as vidas de pessoas. Tenho familiaridade com as conversas internas que temos. Conheço pessoalmente o diálogo interno negativo que e se manifesta a vergonha em tudo: relacionamentos, comunicação, parentalidade, o caminhar da vida. Através de minhas experiências familiares e profissionais, procuro ajudar homens e mulheres a percorrerem o processo de libertar-se de suas lutas internas. Nesse blog encontrarão orientações, diversas práticas e treinamentos que visam dar apoio  em momentos de conflito e crise familiares. 
Caso precise entrar em contato: Martína Mädche
Advogada e Profissional de Ajuda.
Contato: martina.madche@gmail.com
Grupo de Apoio do face: Separei e Agora?
Comunidade: Martina.MädcheComunidade: Divórcio para Eles
Comunidade: Divórcio para Elas



2 comentários:

  1. Oi filha,
    Amanha estarei contigo e com Cassiano e Catarina repartindo esse momento familiar e amigo que tivemos quando éramos uma família maior. Mas nada nos pode separar e nos humilhar enquanto tivermos a coragem e a perseveranca de lutar pelas coisas boas da vida. Minha solidao esta noite faz parte de um caminho que acontece com milhoes de pessoas que souberam superar apelando para suas qualidades pessoais. Vamos unir nossas fraquezas e fazer delas uma visao coletiva olhando pra frente e nao para trás. Em poucas horas estaremos juntos compartilhando esperancas e sabendo que temos o amparo um do outro para fazer isso aceitável. Boa noite, valeu!

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  2. Impressionante como me vi refletido em seu texto. E é engraçado descobrir que acaba não sendo uma coisa só minha. Passei natas e finais de ano no canto com uma sensação de vazio, mesmo quando casado e a única coisa que parecia aplacar um pouco essa sensação era a presença das minhas crianças. E agora sem elas ainda mais nessa época, esse buraco parece ter se tornado tão grande que é capaz de me engolir.
    Você não é a única a sentir isso ou estar assim e obrigado por mostrar que eu também não estou sozinho nessa situação.
    Talvez assim eu consiga refletir melhor a respeito e aprenda de alguma forma a lidar com isso.

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