terça-feira, 3 de julho de 2018

O que esperar quando estamos terminando um casamento - a jornada do divórcio

Quando meu casamento estava terminando, senti vergonha, me senti sozinha e abandonada em meio ao meu em meu próprio inferno pessoal.

Enquanto minha caminhada continuava e começava a me curar, montei um grupo de apoio para me conectar com outras pessoas que tinham percorrido um caminho semelhante e descobri que não estava sozinha. Muitos expressaram sentimentos semelhantes vivenciados durante o divórcio, e mais de uma vez ouvi “se eu tivesse mais paciência para esperar, ou mais maturidade para entender a situação... ”.

Como homenagem àqueles que se separaram de seu cônjuge, bem como àqueles que atualmente estão em sua própria viagem de divórcio, ofereço esta lista comunitária do que esperar:

1. Duvidaremos de nós mesmos, e sentiremos tanto medo do desconhecido que iremos raciocinar que, apesar de sermos infelizes, estamos pelo menos confortáveis, e podemos suportar um casamento infeliz.

Vamos tentar nos convencer que está tudo bem viver em um casamento falido... sabemos que somos infelizes que sangramos todos os dias... que nossa vida está sendo drenada e que nenhuma justificativa para nos manter lá nos contenta. vamos dizer a nós mesmos mentiras e raciocinar conosco mesmos que não devemos nos separar - pelas crianças, pela situação financeira, etc. Negociaremos conosco porque estamos com medo. Saiba que isso é normal. Fiquei no mínimo dois anos nessa negociação comigo mesma.

2. A montanha-russa que sentimos quando estamos prestes a tomar essa decisão é diferente de tudo que já experimentamos.

Há arrependimento, tristeza, dor, confusão, aversão, medo, desespero de querer ser amado depois que nosso cônjuge se foi.

Mas, mesmo que não saibamos, há um peso que lentamente começa a diminuir de nossos ombros - o mesmo peso que negamos todo esse tempo quando dissemos a nós mesmos que nada estava errado. (Eu me senti uma tonelada mais leve)

3. Nossa autoestima se despedaça e ficamos desesperados para nos sentir amados e validados.

Pensamos que ninguém jamais nos amará ou nos desejará novamente, e ficamos tentados a sair correndo e nos prender à primeira pessoa que prestar atenção em nós. Devemos resistir a essa vontade de nos unir, mesmo que não tenhamos tido aquele toque romântico ou intimidade por muito tempo. Tentar preencher esse vazio com outro relacionamento nos rouba a chance de nos curar.

4. Embora possamos dizer a nós mesmos que estamos bem, precisaremos de um sistema/ conjunto de apoio.

Um terapeuta, um grupo de apoio, bons amigos ou o anonimato sem julgamento dos grupos on-line. Seja qual for a combinação de sistemas que escolhemos, deve nos ajudar a atingir dois objetivos: criar um lugar seguro para desabafo e exposição de ideias e sentimentos e nos ajudar a encontrar maneiras construtivas e saudáveis ​​de lidar com o divórcio.

5. Sentiremos que estamos sendo pulverizados.

O número de “afazeres” e “deve-fazer” em relação a emoções, finanças, questões legais, guarda e outras questões logística virão com urgência incrível. Nós nos sentiremos paralisados ​​e sobrecarregados. Entramos em choque... com tudo... 

Entenda que se separar/divorciar é um processo. Como qualquer processo, há coisas para resolver imediatamente (segurança, abrigo, renda, casa, plano de saúde, escola, transporte, moradia), há coisas que devem ser discutidas e pensadas a médio prazo (entender questões legais e de guarda, alimentos, divisão de dívidas e bens, procurar um sistema de apoio emocional - advogado, terapeuta, mediador, grupo, amigos, família) e há coisas para abordar a longo prazo um acordo de convivência, um planejamento de parentalidade um acordo de separação com o qual podemos conviver, certificando-nos de que nós e nossos filhos seremos uma família). Precisamos nos lembrar de que o divórcio é como uma maratona e requer paciência e persistência. Devemos nos poupar do estresse aceitando que nem tudo tem que ser feito agora.

6. Não teremos controle sobre o comportamento de nosso cônjuge.

Para ofensas sérias, agressões verbais( ameaças, "limpeza" da nossa conta/poupança ou constituição de novas dívidas em um cartão de crédito comum), precisamos tomar medidas urgentes. Mas também haverá aborrecimentos que não nos ponham em "perigo", mas nos aborrecem e irritarão. Pode ocorrer sim que o outro queria nos deixar em uma situação miserável como um meio de vingança e isso leva a um processo de divórcio longo, caro e doloroso - se permitirmos... 

Precisamos lembrar que, embora não possamos controlar seu comportamento, podemos controlar como reagimos a isso. Nossa decisão de trilhar um caminho correto e honesto, apesar de como eles agem, depende inteiramente de nós. Como a maioria das coisas durante o divórcio, será mais fácil falar do que fazer. (tenha certeza toda sua fé será testada em um processo assim)

7. Seremos tentados a tomar decisões baseadas nas emoções, e não na lógica.

Vamos esquecer que o divórcio é uma transação comercial - uma divisão de ativos e rendimentos. A parte lógica de nós vai entender isso, mas a nossa parte machucada pode passar meses brigando por coisas que nada têm nada a ver com negócios. Durante o processo judicial, seremos forçados a escolher nossas batalhas. Escolha sabiamente.

Precisaremos aprender quando lutar e pelo que lutar, o que de fato legalmente são minhas coisas, mas também quando deixar outras coisas irem, do que devemos ou podemos abrir mão. Nós devemos aprender que ninguém ganha em divórcio. Caso contrário, teremos nossas vidas roubadas em discussões infindáveis em um tribunal, tendo gasto emocionais e com advogados que poderiam ter sido melhor utilizados em nossa vida pós-divórcio, seguir em frente será ainda mais difícil.

8. Depois do divórcio ainda haverão muitos encontros e muitas novas situações desconfortáveis.

Para muitas mulheres o divórcio exige uma novo trabalho, a busca de uma nova colocação, talvez seja preciso um segundo emprego para alguns homens. Provavelmente nosso orçamento ficará ainda mais apertado, pois iremos assumimos uma casa sozinhos, ou temos que pagar pensão para filhos, as contas divididas agora são únicas. Nossos filhos podem ter problemas para se ajustar. Se nossa vida social girou em torno de outros casais, essa dinâmica também pode alterar, pois até os amigos serão "divididos". Sim, os amigos podem nos tratar de forma diferente, seja lá porque motivo.... inclusive para alguns o nosso divórcio também significa que o relacionamento deles está em risco, eles vão nos olhar como uma ameaça, ou então vou tomar partido por alguém... 

Entenda que não estamos sozinhos nessas lutas e que tudo que precisamos seja - ajuda na carreira, aconselhamento financeiro, novas oportunidades de socialização - está por aí. Devemos isso a nós mesmos pesquise, corra atrás desses recursos. Não podemos nos permitir que nenhum desses desconfortos nos deixem amargurados ou nos levem a nos esconder e entrar em depressão, por mais difícil que seja é preciso reagir, por nós. 

9. Sim vai bater o desespero, e vamos afundar em autopiedade.

vamos dizer a nós mesmos: “minha vida não deveria ser assim”. Nós nos sentiremos envergonhados, incapazes, abandonados, desesperados, sobrecarregados. Isso faz parte do processo de luto, e precisaremos aprender a equilibrar tudo - aceitar que nossas circunstâncias mudaram, aprender a lidar com elas e aprender a curar e seguir em frente. Precisamos aprender que não somos prisioneiros dessas circunstâncias e temos o poder de sair da provação como pessoas mais fortes.

10. Aprenderemos que a cisão com nosso cônjuge nos ofereceu uma escolha e que cabe a nós decidirmos como lidar com as consequências disso.

Podemos escolher olhar para essa separação como um trauma do qual nunca nos recuperaremos, e então seremos guiados pela raiva, remorso, culpa e medo e não saberemos o que fazer, ou podemos escolher o caminho que da mais trabalho - o caminho por onde perguntamos como procuro ajuda, onde encontro assistência, como obtenho o apoio de que preciso, como modifico meu ser, o que posso fazer por mim, como posso lidar com os aspectos do divórcio e como faço para entender que tenho o poder de superar tudo isso.

Essa escolha é nossa.
Caso precise abaixo está o link para entrada no grupo de apoio!
Boa sorte!

com amor Martina 

Caso precise entrar em contato: Martína Mädche
Advogada e Profissional de Ajuda.
Contato: martina.madche@gmail.com
Grupo de Apoio do face: Separei e Agora?
Comunidade: Martina.Mädche
Comunidade: Divórcio para Eles
Comunidade: Divórcio para Elas

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