Em muitos casos, a auto-estima baixa e a violência doméstica
andam de mãos dadas. Ter ou estar com baixa auto-estima pode levar a uma série
de desdobramentos, além de ser um problema sério para as mulheres (e homens)
que são vítimas de violência doméstica.
Ao contrário do que
muitos pensam a violência doméstica não é apenas violência física, também pode
incluir o abuso sexual, abuso emocional, abuso financeiro e perseguição. Basicamente,
o infrator que comete a violência tem a necessidade de manter o controle sobre
suas vítimas.
A baixo auto-estima pode fazer com que a vítima permaneça em
um relacionamento abusivo por mais tempo. Observou-se que mulheres com auto
estima mais elevada possuem mais facilidade e, portanto, mais poder para deixar
um relacionamento onde há abuso, mas a auto-estima sozinha não pode combater a
violência doméstica. Constatou-se, também, que os infratores de violência
doméstica tendem a se fixar em mulheres que têm baixa auto-estima, pois
acreditam que a vítima vai querer e precisar deles, não importa o que eles façam.
Por causa da conexão entre a auto-estima e a violência
doméstica, é fundamental ensinar as crianças sobre a auto-estima. De acordo com
Overcoming.com.uk, um site que se concentra em questões de saúde mental, "as
experiências cruciais que ajudam a formar as nossas crenças sobre nós mesmos,
muitas vezes (mas nem sempre) ocorrem na nossa infância." Por isso, é
essencial que as crianças sejam introduzidas ao conceito de auto-estima em uma
idade precoce. Devemos ensinar nossas crianças sobre seus sentimentos e se os
seus sentimentos são saudáveis, além de ensinar a buscar maneiras positivas para
se sentirem melhor com elas mesmas.
Em entrevistas com mulheres que sofreram de violência
doméstica foi constatado que a maioria delas tem medo de sair por conta
própria, elas não acreditam que são capazes de sobrevier por conta própria.
Portanto, trata-se de uma questão de auto-estima, que é agravada pelo medo e pela
dependência do agressor.
Já os infratores são muito conscientes disso, pois manipulam
o medo em proveito próprio. Se um agressor sente que seu parceiro está se
sentindo mais seguro, ele vai acender o charme para convencer a vítima de que
ele realmente a ama, em seguida tira algo dela para mostrar a dependência e
manter o controle e domínio.
O infrator pode manipular sua vítima seja através do poder
financeiro, ou qualquer outro poder que encontre para manipular. Uma cliente minha
disse que o marido a manipula, por acreditar que tenha direito único e exclusivo
sobre a casa onde moram. Ele diz para a vítima que ela é nada em relação a ele,
isto faz com que ela se sinta vulnerável e com medo. O infrator conhece a
vítima e cria permanentemente algo impactante e significativo para manipulá-la
e a mantém por mais tempo em seu domínio.
Mulheres que lidam com a violência doméstica precisam
lembrar e serem lembradas de que não estão sozinhas. Amigos e familiares de
vítimas devem fornecer lembretes que elas têm capacidade para saírem desta
situação em busca de uma vida normal. Vítimas precisam de apoio para se sentem
capacitados a viver uma vida livre de violência.
Lembre a vítima de que nunca
é a escolha certa para ficar em um relacionamento onde o abuso predomina. A
vítima de violência doméstica deve formar um plano de segurança e sair da
situação na primeira oportunidade que puder. Não importa o quanto vulnerável o atacante
a faça se sentir, todos merecem ser tratados com respeito e dignidade
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