quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Violência Doméstica e Auto-Estima

Em muitos casos, a auto-estima baixa e a violência doméstica andam de mãos dadas. Ter ou estar com baixa auto-estima pode levar a uma série de desdobramentos, além de ser um problema sério para as mulheres (e homens) que são vítimas de violência doméstica.

 Ao contrário do que muitos pensam a violência doméstica não é apenas violência física, também pode incluir o abuso sexual, abuso emocional, abuso financeiro e perseguição. Basicamente, o infrator que comete a violência tem a necessidade de manter o controle sobre suas vítimas.

A baixo auto-estima pode fazer com que a vítima permaneça em um relacionamento abusivo por mais tempo. Observou-se que mulheres com auto estima mais elevada possuem mais facilidade e, portanto, mais poder para deixar um relacionamento onde há abuso, mas a auto-estima sozinha não pode combater a violência doméstica. Constatou-se, também, que os infratores de violência doméstica tendem a se fixar em mulheres que têm baixa auto-estima, pois acreditam que a vítima vai querer e precisar deles, não importa o que eles façam.

Por causa da conexão entre a auto-estima e a violência doméstica, é fundamental ensinar as crianças sobre a auto-estima. De acordo com Overcoming.com.uk, um site que se concentra em questões de saúde mental, "as experiências cruciais que ajudam a formar as nossas crenças sobre nós mesmos, muitas vezes (mas nem sempre) ocorrem na nossa infância." Por isso, é essencial que as crianças sejam introduzidas ao conceito de auto-estima em uma idade precoce. Devemos ensinar nossas crianças sobre seus sentimentos e se os seus sentimentos são saudáveis, além de ensinar a buscar maneiras positivas para se sentirem melhor com elas mesmas.

Em entrevistas com mulheres que sofreram de violência doméstica foi constatado que a maioria delas tem medo de sair por conta própria, elas não acreditam que são capazes de sobrevier por conta própria. Portanto, trata-se de uma questão de auto-estima, que é agravada pelo medo e pela dependência do agressor.

Já os infratores são muito conscientes disso, pois manipulam o medo em proveito próprio. Se um agressor sente que seu parceiro está se sentindo mais seguro, ele vai acender o charme para convencer a vítima de que ele realmente a ama, em seguida tira algo dela para mostrar a dependência e manter o controle e domínio.

O infrator pode manipular sua vítima seja através do poder financeiro, ou qualquer outro poder que encontre para manipular. Uma cliente minha disse que o marido a manipula, por acreditar que tenha direito único e exclusivo sobre a casa onde moram. Ele diz para a vítima que ela é nada em relação a ele, isto faz com que ela se sinta vulnerável e com medo. O infrator conhece a vítima e cria permanentemente algo impactante e significativo para manipulá-la e a mantém por mais tempo em seu domínio.  

Mulheres que lidam com a violência doméstica precisam lembrar e serem lembradas de que não estão sozinhas. Amigos e familiares de vítimas devem fornecer lembretes que elas têm capacidade para saírem desta situação em busca de uma vida normal. Vítimas precisam de apoio para se sentem capacitados a viver uma vida livre de violência.

Lembre a vítima de que nunca é a escolha certa para ficar em um relacionamento onde o abuso predomina. A vítima de violência doméstica deve formar um plano de segurança e sair da situação na primeira oportunidade que puder. Não importa o quanto vulnerável o atacante a faça se sentir, todos merecem ser tratados com respeito e dignidade 

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